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Complexo do Alemão

 

Polícias Militar, Civil e Federal cercam Complexo do Alemão e são alvo de disparos de traficantes

Arthur Guimarães 
Enviado especial do Worldbr
No Rio de Janeiro


As principais entradas do Complexo do Alemão --agrupamento de favelas na zona norte do Rio de Janeiro--amanheceram nesta sexta-feira (26) vigiadas por homens fortemente armados em ação conjunta das polícias Civil, Militar e com reforço da Polícia Federal. Na entrada das ruelas que ligam a estrada de Itararé aos barracos, grupos de até dez homens fazem a vigilância e tentam identificar a posição dos traficantes do Comando Vermelho que dominam a região.

Por volta de 10h30, um tiro foi disparado contra uma das equipes policiais que ocupa uma rua na altura do número 393 da estrada de Itararé --principal via de acesso ao Complexo. A olho nu era possível ver o autor do disparo. Ele e mais dois traficantes estavam a menos de 300 metros do ponto em que estão os policiais.

Um policial militar do 16º Batalhão foi levemente ferido na testa após se arranhar em uma grade ao tentar se aproximar dos traficantes. Os três criminosos vistos aparentam ter por volta de 20 anos. Alguns estão sem camisa e, pelas imagens registradas pelos fotógrafos, é possível ver que passam longos momentos apontando seus fuzis para a barreira policial.

Todas as pessoas que entram e saem da favela são rapidamente abordadas e, sob a mira de armas, são obrigadas a explicar o que estão fazendo e para onde estão indo. Muitos moradores estão tentando se mudar para outras regiões. Uma kombi com oito mulheres e uma criança foi abordada pela polícia nessa migração. O carro estava cheio de eletrodomésticos e aparentava não oferecer riscos, mas mesmo assim foi todo revistado.

Os policiais se escondem atrás de muros na estrada de Itararé e, assim que alguém passa vindo das favelas, fazem a abordagem, pegando a pessoa de surpresa. O movimento nas principais avenidas da região é interrompido a todo instante por comboios de carros policiais que seguem de um ponto para o outro no Complexo do Alemão. O comércio está parcialmente fechado.

A imprensa que cobre a tentativa de ocupação é solicitada pelos próprios policiais a vestir sempre coletes a prova de bala. Apesar de não haver registro de nenhum confronto grave nesta sexta-feira (26), o clima é de desconfiança nas comunidades, e quase nenhum morador aceita conversar com repórteres.

Ônibus incendiado no Jacarezinho por Lorena Araujo via Globo OnlineEstá difícil falar de outro assunto mas não dá. Apesar de o BOPE ter tomado o Morro do Cruzeiro, não parece que adiantou de muito além, claro, de um certo “estamos agindo”, o que é necessário para tranquilizar a população. O problema é que dois anos atrás eles, o BOPE, já tinham feito o mesmo lá.

 

E, apesar do aumento do policiamento, os incêndios a carro continuam e aparentemente aumentaram e se espalharam. Os últimos foram em Copacabana, Centro e Grajaú-Jacarepaguá, ou seja, não deve haver um comando central.

 

A cidade já perdeu muito, o dano emocional no carioca que se vê com medo e perde um pouco da auto-estima ganha com a sequencia de boas notícias que teve, Olimpíadas, filmes e por aí vai. Mas também há a perda econômica com mais gente na rua evitando sair e isso com o Natal se aproximando (o que me faz lembrar, os arrastões pararam, ao que parece, mas com as Festas podem voltar se não for mantido o policiamento ostensivo). E ainda tem o arranhão na imagem internacional que reproduz as cenas de ônibus queimados e tanques andando pelas ruas da cidade, um cenário de guerra civil.

 

Essa onda deve parar logo, espero, então entra a questão mais importante: o que fazer para que não se repita? Em 4 anos teremos Copa e em 6 as Olimpíadas que esta semana sirva de lição para nossas forças de segurança.

 

Leia mais sobre a crise no Rio

 

OMapa dos Arrastões, que podemos chamar hoje de Mapa da Violência, que comecei pensando que seria algo pouco atualizado está me demandando uma atenção constante. Veja abaixo como o Rio já sofreu e está sofrendo: